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Caetano Veloso




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Caetano Veloso Album


Qualquer Coisa (1975)
1975
1.
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12.
. . .


Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá pra la de Marrakesh

Mexe qualquer coisa dentro doida
Já qualquer coisa doida dentro mexe
Não se avexe não, baião de dois
Deixe de manha, deixe de manha, pois
Sem essa aranha
Sem essa aranha
Sem essa aranha

Nem a sanha arranha o carro
Nemo carro arranha a Espanha
Meça: tamanha
Meça: tamanha
Esse papo seu já tá de manhã

Berro pelo aterro, pelo desterro
Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe
Esse papo meu tá qualquer coisa
E você tá pra lá de Teerã
Qualquer coisa
Você já tá pra lá de Marrakesh

. . .


Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pode mais
Gostar de mim, direito
Teria sido na praia o medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós

Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
É tão difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você, e pra mim
Entre nós
E você jogando fora e agora
Vai embora, vá!
Deve haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Pra uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc., tal
Assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor
Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você não teve pique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique…
Mas você
Não teve pique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Não sou eu quem vai
Você não teve pique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Não sou eu quem vai
Mas você não teve pique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Não sou eu quem vai
Mas você não teve pique
Não sou eu quem vai

. . .


Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã

De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar

No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?

Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã

. . .


Madrugada chegou o sereno caiu
Meu amor de cansaço
Caiu nos meus braços
Sorriu e dormiu
Sorriu e dormiu

Eu só queria
Que não amanhecesse o dia
Que não chegasse a madrugada
Eu só queria amor
Amor e mais nada

. . .


A tua presença
Entra pelos sete buracos da minha cabeça
A tua presença
Pelos olhos, boca, narinas e orelhas
A tua presença
Paralisa meu momento em que tudo começa
A tua presença
Desintegra e atualiza a minha presença
A tua presença
Envolve meu tronco, meus braços e minhas pernas
A tua presença
É branca, verde, vermelha, azul e amarela
A tua presença
É negra, negra, negra, negra, negra, negra, negra, negra, negra
A tua presença
Transborda pelas portas e pelas janelas
A tua presença
Silencia os automóveis e as motocicletas
A tua presença
Se espalha no campo derrubando as cercas
A tua presença
É tudo o que se come, tudo o que se reza
A tua presença
Coagula o jorro da noite sangrenta
A tua presença
É a coisa mais bonita em toda a natureza
A tua presença
Mantém sempre teso o arco da promessa
A tua presença
Morena, morena, morena, morena, morena, morena
Morena

. . .


Drume negrinha
Que eu te transo uma nova caminha
Que venha ter muito axé
Que tenha gosto d'ocê

Drume pretinha
Que eu te trago de toda Bahia
Tudo que der pra trazer
Com quase todo prazer

Se tu drume eu te descolo um araçá
Cor do céu de lá
Se não drume esse mandu de carnaval
Não vai pegar

. . .


Jorge sentou praça
Na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também
Sou da sua companhia
Jorge sentou praça
Na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também
Sou da sua companhia

Eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos
E não me toquem
Para que meus inimigos
Tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos
Tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo o pensamento
Eles possam ter para me fazeram mal
Armas de fogo

Meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem
Sem o meu corpo tocar
Cordas e corentes se arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia

. . .


Ah, look at all the lonely people!
Ah, look at all the lonely people!

Eleanor Rigby picks up the rice in the church
Where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window
Wearing a face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Father Mckenzie, writing the words of a sermon
That no one will hear
No one comes near
Look at him working, darning his socks in the night
When there´s nobody there
What does he care?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Eleanor Rigby died in the church
And was buried along with her name
Nobody came
Father Mckenzie wiping the dirt from his hands
As he walks from the grave
No one was saved

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

. . .


Your day breaks, your mind aches,
You find that all her words of kindness linger on,
When she no longer needs you.
She wakes up, she makes up,
She takes her time and doesn't feel she has to hurry,
She no longer needs you.
And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years.
You want her, you need her,
And yet you don't believe her,
When she says her love is dead,
You think she needs you.
And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years.
You stay home, she goes out,
She says that long ago she knew someone but now,
He's gone, she doesn't need him.
Your day breaks, your mind aches,
There will be times when all the things she said
Will fill your head,
You won't forget her.
And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears cried for no one,
A love that should have lasted years.

. . .


Lady Madonna
Children at your feet
Wonder how you manage to make ends meet

Who find the money
When you pay the rent?
Did you think that money was Heaven sent?

Friday night arrives without a suitcase
Sunday morning creeping like a nun
Monday's child has learned to tie his bootlace

See how they run

Lady Madonna
Baby at your breast
Wonders how you manage to feed the rest

See how they run

Lady Madonna
Lying on the bed
Listen to the music playing in your head

Tuesday afternoon is neverending
Wednesday morning papers didn't come
Thursday night your stockings needed mending

See how they run

Lady Madonna
Children at your feet
Wonder how you manage to make ends meet

. . .


Déjame que te cuente limeño
Déjame que te diga la gloria
Del ensueño que evoca la memoria
Del viejo puente
Del río y la alameda

Déjame que te cuente limeño
Ahora que aún perfuma el recuerdo
Ahora que aún se mece en un sueño
El viejo puente, el río y la alameda

Jazmines en el pelo y rosas en la cara
Airosa caminaba la flor de la canela
Derramaba lisura y a su paso dejaba
Aromas de mistura
Que en el pecho llevaba

Del puente a la alameda
Menudo pie la lleva
Por la vereda que se estremece
Al ritmo de su cadera
Recogía la risa de la brisa del río
Y al viento la lanzaba
Del puente a la alameda

Déjame que te cuente limeño
Ay, deja que te diga, moreno, mi pensamiento
A ver si así despiertas del sueño
Del sueño que entretiene, moreno, tu sentimiento

Aspira de la lisura que da
La flor de la canela
Adornada con jazmines
Matizando su hermosura
Alfombra de nuevo el puente
Y engalana la alameda
Que el río acompasará
Su paso por la vereda

Y recuerda que

Jazmines en el pelo y rosas en la cara
Airosa caminaba la flor de la canela
Derramaba lisura y a su paso dejaba
Aromas de mistura que en el pecho llevaba

Del puente a la alameda menudo pie la lleva
Por la vereda que se estremece
Al ritmo de su cadera
Recogía la risa de la brisa del río
Y al viento la lanzaba
Del puente a la alameda

. . .


Se algum dia eu conseguir cantar bonito
Muito terá sido por causa de você, Nicinha

A vida tem uma dívida
Com a música perdida
No silêncio dos seus dedos
E no canto dos meus medos
No entanto, você é a alegria da vida

. . .


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